domingo, 9 de outubro de 2016

Via-Sacra pelas Almas do Purgatório






Via-Sacra pelas Almas do Purgatório

Oração preparatória:
Ao nos aproximarmos de Vós, Jesus, nesta Via-Sacra, nós imploramos graça para a fazermos com amor, em espírito de arrependimento e compunção pelos nossos pecados e com verdadeiro desejo de aprender e pôr em prática na vida, as lições que nos dais com o vosso sofrimento.
Concedei-nos que também soframos com amor e que, ao colocarmos em Vós os nossos olhos, eles se sintam tão seduzidos por Vós, que nunca mais deixemos de vos fitar.
Concedei-nos, Jesus, que vos acompanhemos, junto com vossa e nossa Mãe, a fim de que Ela nos torne mais fácil, com as suas lições maternas, aprender e aplicar aquilo que nos ensinas. Amém.

Primeira Estação: Jesus é condenado à morte ]

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Durante a vossa vida, terás algumas ocasiões em que, pouco ou muito, ouvirás dizer mentiras contra ti.
Normalmente, ouves essas mentiras pela boca de terceiras pessoas, mas também podes ouvi-las diretamente, e sentes em ti a dor da amizade traída.
Esse sofrimento é tanto mais doloroso, quanto mais forte era a amizade que te ligava a quem te faz sofrer.
Eu também sofri de amizade traída, amizade pelo Meu discípulo e amizade por aquele povo que tanto aclamava, como depois condenava.
Tens, muitas vezes, que sentir em ti próprio o resultado de confiares nas criaturas.
É preciso que sintas aquilo de que as criaturas são capazes, para aprenderes a te ligares só a Mim, e a te desprenderes de tudo o que é criado.
Nunca atingirias o grau de desprendimento e união Comigo, se não fosse desta maneira dolorosa.
Vem aprender a seguir por aqui, na noite do vosso mundo, iluminada pela luz do Meu Amor.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai...
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

 Segunda Estação: Jesus leva a Sua Cruz

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

A caminho do Calvário levo a Minha Cruz e espero que Me sigas, levando a tua, pois, na vossa vida, terás diariamente que seguir para um calvário, cuja subida se tornará, em certos dias, muito difícil.
Aconteça o que acontecer no vosso caminho, não tires o olhos de Mim, que Eu te ensinarei a forma mais fácil de caminhar.
Tem esperança que Eu, quando quiser, modificarei tudo o que te faz sofrer.
Tem esperança, porque a tua caminhada é uma caminhada para o Céu.
Tem esperança, porque, a troco das pequenas coisas que sofres, terás o premio do Eterno Amor.
A esperança é doçura que misturo nas tuas horas, é força para te ajudar a erguer a Cruz, é luz para te orientar até à meta.
Segue Comigo e chegarás ao fim vitorioso.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

 Terceira Estação: Jesus cai pela primeira vez

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Avança um passo mais e acompanha-Me nesta Minha primeira queda, porque é preciso que tu caias do alto do vosso orgulho, que te aconselha a subir, quando é preciso que desças.
É para que desças, que permito que aconteçam quedas ao teu orgulho, que muitas vezes vejas o teu orgulho magoado, até ferido, por aquelas coisas desagradáveis que te acontecem sem contares, aqueles desafios na vossa vida profissional e social, aquelas coisas que te humilham e te lançam por terra, diante de todos.
É uma queda dolorosa, sim, mas muito necessária para derrubar o orgulho, que atrasa muito a vossa caminhada para Mim.
Sem o orgulho, caminhas mais depressa, com muito maior ligeireza.
Vem deixar aqui, nesta queda no pó da estrada, o vosso orgulho, que tão sabiamente sabes esconder.
Eu vejo-o e, por isso, procuro derrubá-lo.
Acompanha-Me e renuncia aqui a todas as manifestações do orgulho, que ajudaram a derrubar-Me nesta queda.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Quarta Estação: Jesus encontra Sua Mãe

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Quando avanças Comigo neste caminho, verás que o vosso caminhar se vai tornando mais difícil.
Aumentam as dores físicas ou morais, aumentam os trabalhos, as incompreensões, as fadigas.
Aumenta a sensação de fraqueza e de miséria. Cada vez mais, necessitas de ajuda, de amparo e de consolo.
Se seguires Comigo e não te distanciares, encontrarás como Eu, a Mãe de todas as dores, que te fita em silêncio, no Seu desejo de te auxiliar, como não Me pôde fazer a Mim.
A ti Ela pode ajudar. Precisa apenas que Lhe estendas os braços, que A invoques, que Lhe peças o Seu auxílio poderoso.
Refugia-te junto d´Ela, pois Ela é a Mãe da Esperança.
Ela te dará a esperança de que precisas para não desanimares, para com Ela amparares a vossa fé e seguires em frente, seja qual for o sofrimento que possa surgir.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Quinta Estação: Jesus é ajudado pelo Cirineu

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Continuo a caminhar e tu vais ao Meu lado. Preciso de ajuda, porque a Minha fraqueza é tão grande, que já não agüento este peso imenso que está sobre Mim. Preciso de quem Me ajude, de quem lance a mão à Minha Cruz.
Como o Cirineu, muitos de vós levam a cruz à força, aborrecidos, lamurientos, cheios de queixas, procurando libertar-se dela.
Com amor, como Eu, abraçando-a, no meio da confusão do povo, das opiniões e contradições, em silêncio, há muito poucos.
É preciso que não te envergonhes da Minha Cruz, que te dês testemunho do vosso amor por ela, recebendo-a sem reclamar, sem a agitar sobre as cabeças dos vosso s irmãos.
Este é um testemunho silencioso, que só Eu vejo. Segue-Me em silêncio, no meio do barulho do mundo, um silêncio como o Meu, feito de humildade, de amor e esperança.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Sexta Estação: Verônica limpa o Rosto de Jesus

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Coloca-te no lugar desta mulher e vem-te limpar o Meu Rosto, cheio de sangue e de sujidades. O suor, o pó e os escarros sujam o Meu Rosto de tal maneira que, para muitos, fica irreconhecível, para tantos, repugnante.
É este Rosto que não conheces, quando te repugna aquilo que deves fazer e, por essa repugnância do vosso amor próprio, recuas, desvias os olhos e segues avante, no seguimento daquilo que, por parecer mais bonito, mais parecido com a vossa forma de ver, te seduz.
Esqueces que o Meu Rosto não é facilmente reconhecível por aqueles que se amam mais a si próprios que a Mim!
Esta mulher reconheceu-Me, neste Rosto inchado, magoado, ferido e sujo. Parecia impossível ser o rosto d'Aquele que mostrara tanta beleza e tanto poder!
Não procures só beleza em Mim. Procura reconhecer o Meu Rosto naquilo que é desagradável, menos belo, naquilo que o vosso amor próprio rejeita.
Ao cederes ao Meu Rosto sujo e magoado, mostras realmente o vosso amor, e Eu gravarei o Meu Rosto na vossa alma, farei brilhar em ti a Esperança.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Sétima Estação: Jesus cai pela segunda vez

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Nesta Minha segunda queda, manifesto a Minha fraqueza. Não pareço o mesmo do dia anterior, nem Aquele que tinha pregado no Templo, que repreendera severamente os escribas e fariseus, Aquele que percorrera o país em grandes caminhadas, sem uma queixa, que curara tantos doentes.
Pareço um farrapo humano! Nada Me distingue dos outros condenados, a não ser uma fraqueza maior. Encontras muitas vezes, no vosso caminho, seres fracos, cheios de imperfeições, quantas vezes caídos da opinião pública. Tu próprio és uma criatura fraca.
Aprende com a queda, a não quereres ser melhor que os outros, a não quereres facilidades nem exceções. Se a vida te é difícil, olha para Mim, o Senhor do Céu e da Terra, ali caído, como se nada pudesse.
Aceita a humilhação com humildade, como Eu aceitei, toda e qualquer humilhação, como Eu, e tornar-te-ás mais parecido Comigo.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Oitava Estação: Jesus consola as mulheres de Jerusalém

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Vê este grupo de mulheres que chorando Me segue. Vê como, esquecendo as Minhas Dores, Me viro para elas, e as consolo, como só Eu sei consolar, com palavras de conforto e ensino.
É assim também que quero consolar-te nas tuas mágoas, trabalhos e problemas. Quero consolar-te enquanto te ensino.
Não esperes de Mim consolos, como os falsos consolos que o mundo dá, consolos que são, a maior parte das vezes, apenas maldizer, a respeito daqueles de quem vos queixais.
O Meu Consolo diz-vos que deveis sair fora da vossa tristeza e olhar para aquilo que é realmente triste: o estado em que se encontra o mundo e o perigo que as almas correm.
Se vos ocupardes disso, esquecereis as tristezas que vos oprimem, porque vós as deixeis oprimir-vos, e vereis que sofreis bem pouco, para vos tornardes participantes da Minha Paixão, para fazerdes a vossa parte, a parte que vos toca, na obra da Salvação.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

         Nona Estação: Jesus cai pela terceira vez

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Acompanhas-Me ainda?... Não te prometo uma vida cheia de devoção fácil, de consolações espirituais.
Se queres continuar a acompanhar-Me neste caminho, hoje e em todos os dias, no caminho da tua vida, encontrarás sempre dor, porque o Meu Amor passa sempre por esta Via Dolorosa, passa sempre pelo segredo da Cruz.
O Meu Amor manifesta-se sempre no sinal, que é o Meu sofrimento. Vê que este sofrimento não foi sem motivo, pelo prazer de sofrer, para fazer algumas pessoas terem pena de Mim.
Este sofrimento foi necessário para destruir o pecado que afastava do Pai todos os filhos, depois da queda de Adão. Libertei-vos desse mal... mas vós sabeis aproveitar? Quem aproveita e aceita conscientemente a Minha Salvação?.
Quem colabora Comigo nesta empresa difícil onde emprego todo o Meu Corpo. A queda do Meu Corpo envolve todos os membros dele, e envolve-te a ti também.
Se Me acompanhas hás de cair em dor cada vez maior, mas também cada vez aceite com mais amor, porque o amor é o grande sinal daqueles que são Meus e sofrem Comigo.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Décima Estação: Jesus é despojado das Suas vestes

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Chegamos ao alto do Calvário. Foi com muita dificuldade que lá cheguei.
Compreendo muito bem o que te custa à caminhada para o Calvário da vossa vida.
Agora paramos, mas não penses que chegaste ao fim. É verdade que custou muito a chegar até aqui, mas aqui esperá-Me a Mim e a ti a parte mais difícil da dor.
Nunca penses que já sofrestes tudo, porque só chegarás ao fim quando deres a tua vida Comigo na Cruz.
Depois da caminhada dolorosa, tão cheio de humilhações, de cansaço, de dores físicas, segue-se o despojamento de tudo aquilo que parece ser necessário, até indispensável à dignidade humana.
Aviso-te de que quantas mais coisas, gostos, idéias tiveres, mais serás despojado. Quanto mais transportares contigo, mais terás que dar aqui, Comigo, no alto do Calvário.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Décima Primeira Estação: Jesus é pregado na Cruz

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Sou agora crucificado por homens para quem Sou completamente indiferente. São romanos habituados a este tipo de tarefas.
Mas estes homens não Me crucificariam se não fossem as ordens que receberam, motivadas pelo ódio que Me tinham os da Minha nação.
Isso equivale a ser crucificado por aqueles que eram Meus compatriotas e que deviam estimar-Me.
Tu também serás crucificado por aqueles que deveriam estimar-te. Não te admires com atitudes de falsidade e de traição.
Tudo isso faz parte da decaída natureza humana, em que cada um procura o que é melhor para si, sem se preocupar com o que as suas atitudes possam fazer sofrer o seu próximo.
O egoísmo e a traição estão bem patentes nesta estação.
É o egoísmo dos homens e a traição dos Meus, daqueles que deviam ser Meus amigos, que realiza esta cena de Sangue e dor.
Quanto mais te aproximares de Mim, mais estarás próxima do centro deste drama e mais terás que participar nele.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Décima Segunda Estação: Jesus morre na Cruz

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Sofro horrivelmente durante três horas!... Nunca poderás saber quanto sofri!...
Continua a aproximar-te, porque, para aqueles que se aproximam, que consentem em tomar parte ativa nesta dor, em vivê-la Comigo, reservo um alto grau de glória.
Pedir-te-ei sempre na proporção daquilo que estiveres disposta a dar-Me.
Nunca faças promessas sem pensares primeiro, porque, aquilo que Me prometes num momento de fervor que depois esqueces, Eu levo a sério e pedir-te-ei mais cedo ou mais tarde.
Não Sou um tirano. Sou um Esposo de Sangue que realiza na Cruz todo o amor que lhe é prometido.
Nada mais te peço além daquilo que estás disposto a dar.
O amor é um segredo para ti. Não sabes atingi-lo sem Mim.
A Cruz é o segredo que te desvendo. Na cruz retiro os véus do Meu Amor.
Na Cruz aprenderás como se ama. Na Cruz aprenderás a amar sem tristeza, com amor e esperança.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Décima Terceira Estação: Jesus é colocado nos braços de Sua Mãe

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Este caminho doloroso ainda não acabou com a Minha morte, porque agora te apresento a dor de Minha Mãe, quando Me segurou em Seus braços puríssimos. Depois de morto volto a ser embalado por Ela, mas agora em dor imensa para o Seu Coração. Tu continuas perto de Mim. Estás também agora perto desta Mãe que chora o Seu Filho tão amado, que Lhe mataram, e que nada pode fazer para O trazer à vida.
Penetra bem nesta dor e acompanha-a quando sentires dor por aqueles familiares que vão partindo, por aqueles que, por qualquer motivo da sua vida se afastam, por tudo aquilo ou por todos aqueles que estimas e te tiram, seja de que forma for.
É preciso que te diga que também terás que passar por esta dor, que é sempre possível dar mais, mesmo quando pensares que já deste tudo.
Este é o outro segredo da Cruz: É preciso nunca dizer “basta” à Cruz, para não dizeres “basta” ao Amor.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Décima Quarta Estação: Jesus é colocado no sepulcro

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

Se o Amor te prende a Mim, ficarás Comigo também agora, quando os amigos Me deixam sozinho neste sepulcro. Eles não podiam ficar. Tu, à distância de tantos séculos, podes acompanhar-Me e, aqui nesta escuridão, neste isolamento, aonde não chegam vozes amigas.
Meditarás em tudo o que aconteceu, e verás como é necessário que passes, Comigo, por esta fase da Paixão, tão triste, mas que é uma porta, a última porta para chegares ao Amor que pretendes.
Terás que ficar no escuro, para chegares a amar-Me verdadeiramente, a amar-Me por Mim e não por ti, pelos teus gostos, pela satisfação que Comigo possas sentir. Só no escuro, na noite do Meu sepulcro, aprenderás a amar na Santa Esperança.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

 Décima Quinta Estação: Ressurreição.

Nós Vos adoramos e bendizemos, oh! Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!

A Ressurreição foi surpresa e alegria para os Meus amigos.
Já não é surpresa hoje, mas deve também ser alegria para ti.
Os Meus discípulos alegraram-se por Eu estar vivo, mas logo compreenderam que já não fazia a mesma vida que tinha feito naqueles três anos. O Meu Corpo Glorificado encheu-os de respeito.
Realmente, apesar de estar convosco, a Minha Vida não é agora como a tua e Eu não Sou mais um de vós, que trateis de qualquer forma, com menos atenções do que aquela que tendes com amigos que não queirais magoar.
Estou convosco, vivo, verdadeiramente vivo, porque ressuscitado, mas não deveis nunca esquecer o respeito que Me deveis.
A Minha Ressurreição mostra-vos o Meu Poder e o Meu Amor.
O vosso amor, se for bem orientado, manifestar-se-á sempre respeitoso e merecerá de Mim um carinho como aquele que se tem por um filho pequeno.
Aceitai ser crianças! Sede almas de esperança! Tenho o Meu Céu para vós!

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Tende piedade de nós, Senhor!
Tende piedade de nós!

Que as almas dos fiéis defuntos, pela Misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

Oração final:

    Senhor Jesus, crucificado por Amor e gloriosamente ressuscitado, ajoelhamo-nos aos vossos pés e Vos pedimos a vossa bênção poderosa, para que pratiquemos na nossa vida as lições que no desenrolar desta Via-Sacra nos destes com tanto amor.
    Que o mesmo Amor nos inflame, cada vez mais, daqui para frente. Para tal, prometemos ser fiéis aos nossos deveres para convosco e para com o nosso próximo, aceitar com generosidade aquilo que for de Vossa Vontade mandar-nos, mesmo que, de alguma forma, não nos seja agradável.
    Permite, Senhor, que não esqueçamos, no meio do nosso trabalho diário, aquilo que hoje aqui prometemos.

Para alcançar as indulgências da Via Sacra:
Rezar pelo Santo Padre: Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Rezar o salmo: 50, 21, 129.

Senhor Jesus, Rei de dores, chegamo-nos para perto de Vós e suplicamos que nos admitas na vossa companhia, juntamente com aqueles que vos acompanharam, ao longo deste caminho doloroso.
Somos pobres criaturas, só temos o nosso pecado para vos apresentar.
É na confusão das nossas misérias e faltas, que queremos fazer Contigo esta Via-Sacra.
Dignai-vos abençoar-nos e fazer chegar aos nossos corações o toque da vossa graça, que nos faça ver aquilo que em nós vos desagrada, e nos dê a força do vosso Amor para que nos convertermos e vivermos daqui para frente, e cada vez mais, no cumprimento da vossa Vontade. Amém.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

8 de fevereiro - Dia de Santa Josefina Bakhita

SANTA JOSEFINA BAKHITA, ROGAI POR NÓS!


Bakhita, a escrava: "Se tivesse hoje a oportunidade de encontrar os mercadores de escravos que me capturaram e até mesmo aqueles que me torturaram, eu ajoelharia e beijaria suas mãos, pois se isto não tivesse acontecido, eu, hoje, não seria cristã e religiosa." 

A Escravidão

- Bakhita nasceu no Sudão, região de Dafur na África, no ano de 1869 e através de suas poucas informações sabemos que sua aldeia natal é Olgossa, cuja pronúncia é “algoz”, que em árabe significa “Dunas de Areia”.- De família abastada, seu pai possuía terras, plantações e gado; ele era irmão do chefe da aldeia.
- Sua família era composta pelos pais e sete filhos, sendo muito unidos e afeiçoados.
- Não devemos nos esquecer de que, apesar de possuírem terras, gado, etc., viviam numa aldeia onde as cabanas eram de barro com telhado de palha. Todos nas aldeias estavam sujeitos ao grande perigo que eram os bandos negreiros que 'raptavam' homens, mulheres e crianças para negociarem no mercado de escravos.
- No ano de 1874, sua irmã mais velha foi raptada. A dor dilacerou o coração daquela família tão unida e feliz.

- “Bakhita” não foi o nome que recebera dos pais quando nasceu. No ano de 1876, com mais ou menos 7 anos de idade, foi raptada e arrancada do seio de sua família.
- A pequena menina tomada de pavor, foi levada brutalmente por dois árabes e foram eles que impuseram o nome de “Bakhita”, que significa: “afortunada”.
- Esta flor africana conheceu as humilhações, os sofrimentos físicos e morais da escravidão, sendo vendida e comprada várias vezes.
- A terrível experiência e o susto, provado naquele dia, causaram profundos danos na sua memória, inclusive o esquecimento do próprio nome.

EXEMPLO: Apenas uma amostra do sofrimento que Santa Josefina Bakhita passou nas mãos de seus senhores, segundo seu próprio relato:
"Uma mulher habilidosa nesta arte cruel (tatuagem) veio à casa principal... nossa patroa colocou-se atrás de nós, com o chicote nas mãos. A mulher trazia uma vasilha com farinha branca, uma vasilha com sal e uma navalha. 

Quando terminou de desenhar com a farinha, a mulher pegou da navalha e começou a fazer cortes seguindo o padrão desenhado. O sal foi aplicado em cada ferida... Meu rosto foi poupado, mas 6 desenhos foram feitos em meus seios, e mais 60 em minha barriga e braços. Pensei que fosse morrer, principalmente quando o sal era aplicado nas feridas... foi por milagre de Deus que não morri. 

Ele havia me destinado para coisas melhores."O CORTE DA NAVALHA eram esfregados com sal para que as marcas ficassem bem abertas

- A pequena escrava, depois de um mês de prisão, foi vendida a um mercador de escravos. Na ânsia de voltar para casa, Bakhita se arma de coragem e tenta fugir. Porém, foi capturada por um pastor e revendida a outro árabe, homem feroz e cruel, que, por sua vez, revendeu-a a outro mercador de escravos.
- Novamente ela é vendida a um general turco, cuja esposa era mulher terrivelmente má. Desejou marcar suas escravas e Bakhita estava entre elas. Chamou então uma tatuadoura que, com uma navalha, ia marcando os corpos das meninas que se contorciam de dores, mergulhadas numa poça de sangue.


- No ano de 1882, na capital do Sudão, o general turco vendeu Bakhita ao agente consular italiano Calisto Legnani que seria, para ela, seu anjo bom e que depois a levou consigo para a Itália.
- Na casa do cônsul, Bakhita conheceu a serenidade, o afeto e os momentos de alegria, lembranças dos momentos felizes na casa dos pais. 
- Durante a viagem, este entregou-a à família de um amigo, o sr. Augusto Michieli, que residia em Veneza, e cuja esposa se lhe tinha afeiçoado.
- EM VENEZA com seu 7º “patrão”, o rico comerciante Michieli, foi para vila Zianino de Mirano Veneto onde Bakhita se tornou babá de Mimina, a filhinha do casal. Com o nascimento da filha do casal, Bakhita tornou-se a sua ama e amiga. Apesar de serem pessoas boas e honestas, não eram praticantes de religião. Como sempre, Deus tem seus caminhos e acabou colocando no caminho de Bakhita, o administrador dos Michieli, Iluminato Chechini.


- Os negócios desta família, na África, exigiam que retornassem. Mas, aconselhado pelo administrador, o casal confiou as duas às irmãs da congregação de Santa Madalena de Canossa, em Schio, também em Veneza. Ali, Bakhita, conheceu o Evangelho.


Iluminato era um homem muito religioso e logo se preocupou com a formação religiosa de Bakhita; e ao dar um crucifixo a ela, disse em seu coração: “Jesus, eu a confio a Ti”.

Bakhita, filha de Deus


- Quando os Michieli tiveram de voltar para Suakin, na África, por motivos de negócios, Bakhita e a pequena Mimina ficaram aos cuidados das Irmãs Canossianas, em Veneza, e isto graças ao sr. Iluminato.

- Bakhita iniciou o catecumenato (catequese para receber os sacramentos iniciais), no Instituto das Irmãs. Ao final de nove meses, a sra. Maria Turina voltou à Itália para buscar sua filhinha Mimina e aquela que considerava sua escrava, pois retornariam à África.

- Naquele instante, Bakhira já toda apaixonada por Jesus, prestes a receber os sacramentos, recusa-se a voltar para a África, apesar do afeto que nutria pela família Michieli e principalmente pela pequena.

- Sentia em seu coração um desejo inexplicável de abraçar a fé e vivê-la para sempre.
- Apesar dos apelos e até ameaças da sra. Michieli, nossa jovem africana não cedeu em sua minima resolução. Bakhita estava livre, na Itália não havia escravidão.

- Sua patroa retornou à África com sua filha e Bakhita prosseguiu com sua catequese, feliz mesmo sabendo que seria a última chance de rever seus familiares na África.


- No dia 09 de janeiro de 1890, , tendo ela vinte e um anos, Bakhita é batizada, crismada e recebe a 1° comunhão das mãos do Patriarca de Veneza, Cardeal Agostini. No batismo recebe o nome de Josefina Margarida Bakhita. Ela descreveria este dia como mais feliz de sua vida: sentir-se filha de Deus era-lhe uma emoção inigualável, assim como receber Jesus na eucaristia era o Céu na Terra.

- Queria tornar-se irmã canossiana, para servir a Deus que lhe havia dado tantas provas do seu amor.
- Depois de sentir com muita clareza o chamamento para a vida religiosa, em 1896, Josefina Bakhita consagrou-se para sempre a Deus, a quem ela chamava com carinho "o meu Patrão!":

- (***Irmã Bakhita, em sua infância na África, mesmo sem saber nada de Deus, pensava em seu coração inocente e puro, quando olhava a lua e as estrelas: “Quem será o patrão de todas estas coisas?”. Oh! Bakhita, Deus já estava te preparando para Ele!***) 

- Josefina Bakhita foi aceita na congregação das Filhas da Caridade Canossianas, servas dos pobres e, depois de três anos de noviciado, no dia 08 de dezembro de 1896 pronunciou os votos de: Castidade Pobreza e Obediência.

- Depois da profissão religiosa, nossa Irmã Bakhita foi transferida para a cidade de Schio, em outra obra da Congregação, e lá permaneceu por 45 anos, onde passou a ser conhecida como a“Madre Morena”.


- Irmã Bakhita era atenciosa com todos, sem distinção, desde as crianças do colégio, seus pais, sacerdotes, com suas irmãs religiosas, etc., sempre levando a todos palavras de conforto, consolo e amor incondicional a Deus Pai.

- Em todas as funções que exerceu, sempre colocou seu coração doce e sincero na Igreja, na Sacristia, na portaria ou na cozinha, era tudo para todos, com seu sorriso de anjo. As irmãs estimavam-na pela generosidade, bondade e pelo seu profundo desejo de tornar Jesus conhecido.

- "Sede boas, amem a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!".

- Bakhita sonhava com a conversão do povo africano e, no dia de sua profissão religiosa, rezou:
............“Ó Senhor, se eu pudesse voar lá longe, entre a minha gente e proclamar a todos, em voz alta, a tua bondade. Oh! Quantas almas eu poderia conquistar para Ti! Entre os primeiros, a minha mãe e o meu pai, os meus irmãos, a minha irmã ainda escrava... e todos, todos os pobres negros da África. Faça, ó Jesus, que também eles te conheçam e te amem!”.


SUDÃO - ÁFRICA 
O Sudão, o maior país da África tendo, somente em Darfur, cerca de 5 milhões de pessoas e três tribos predominando: os fur, os masalit e os zaghawa, que são em sua maioria negros muçulmanos.
- A sua humildade, a sua simplicidade e o seu constante sorriso, conquistaram o coração de toda população. Com a idade, chegou a doença longa e dolorosa.
- Ela continuou a oferecer o seu testemunho de fé, expressando com estas simples palavras, escondidas detrás de um sorriso, a odisseia da sua vida:
_"Vou devagar, passo a passo, porque levo duas grandes malas: numa vão os meus pecados, e na outra, muito mais pesada, os méritos infinitos de Jesus. Quando chegar ao céu abrirei as malas e direi a Deus: Pai eterno, agora podes julgar. E a São Pedro: Fecha a porta, porque fico".

- Na agonia reviveu os terríveis anos de escravidão e foi a Santa Virgem que a libertou dos sofrimentos. As suas últimas palavras foram: "Nossa Senhora!"
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Corpo Incorrupto de Santa Josefina Bakhita: No ano de 1947 Bakhita adoeceu, já quase sem forças, em cadeira de rodas, passava horas em oração, em adoração e contemplação. Era o dia 08 de fevereiro de 1947, nossa Irmã Morena murmurava: “Como estou contente! Nossa Senhora! Nossa Senhora!”. 


Em seus derradeiros dias suas recordações se voltaram para os anos de escravidão e, em delírio, ela gritava: “Por favor, afrouxem os grilhões… eles são tão pesados”. Josephine morreu no dia 8 de fevereiro de 1947. 

- Durante três dias seu corpo ficou exposto e milhares de pessoas foram prestar-lhe a última homenagem.


- Às 20 horas, irmã Bakhita entrega sua alma a Deus. O povo em grande multidão quer dar o último adeus à Madre Morena, sua fama de santidade se espalhou rapidamente e todos recorriam ao seu túmulo pedindo sua intercessão.

- Em 17 de maio de 1992 foi beatificada e, em 1º de outubro de 2000, foi elevada à honra dos altares, declarada “Santa” pelo nosso Santo Padre, o Papa João II, sendo que o milagre que a levou a ser reconhecida como Santa, aconteceu em Santos, no Brasil.

Josephine Bakhita, Instituto das Filhas da Caridade de Canossa
Nascida em 1869, Olgossa, Darfur, Sudan
Falecida em 8 de fevereiro de 1947, Itália
Venerada na Igreja Católica Apostólica
Beatificada 17 de maio de 1992 pelo Papa João Paulo II
Canonizada 1o outubro 2000, Basílica de São Pedro, Roma, pelo Papa João Paulo II
Festa 8 de fevereiro
Padroeira Sudão