quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Quanto se sofre no Purgatório?



Cada mínima pena do Purgatório é mais grave do que a máxima pena do mundo. Tanto difere a pena do fogo do Purgatório do nosso quanto o nosso fogo difere daquele pintado” (S. Tomás).

S. Agostinho (Comentários ao Salmo 37, n. 3) fala da dor que o fogo purgatorial causa no homem, mais aguda que qualquer outra coisa que o homem possa padecer nesta vida, “gravior erit ignis quam quidquid potest homo pati in hac vita” (P.L., col. 397).

Gregório Magno fala daqueles que depois da vida “expiarão suas faltas por chamas purgatoriais”, e acrescenta “ser a dor mais intolerável que qualquer outra sofrível nesta vida” (Ps. 3 poenit., n. 1).

Seguindo os passos de São Gregório, São Tomás ensina que, junto da separação da alma da vista de Deus, há a outra pena, pelo fogo. “Una poena damni, in quantum scilicet retardantur a divina visione; alia sensus secundum quod ab igne punientur” (IV, dist. XXI, q. i, a.1).

E S. Boaventura não só concorda com S. Tomás, como acrescenta que esta pena pelo fogo é mais severa que qualquer pena que possa ser dada pelos homens nesta vida; “Gravior est omni temporali poena, quam modo sustinet anima carni conjuncta” (IV, dist. XX, p. 1, a. 1, q. II). Como este fogo afeta as almas dos falecidos, os Doutores não sabem, e em tais matérias vale a exortação do Concílio de Trento, que manda serem “excluídas das pregações populares à gente simples as questões difíceis e sutis e as que não edificam nem aumentam a piedade” (Sess. XXV, “De Purgatorio”).

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